segunda-feira, 12 de setembro de 2011

FAMÍLIA - ter ou não ter?

Família é uma instituição incrível...Claro que na minha juventude, como qualquer outro rebelde ávido por liberdade, eu fiquei muito tempo longe da minha...Mas eu fui criado dentro de uma família enorme, com reuniões de Natal, casamentos e funerais...Sempre eventos grandiosos, tanto os alegres como os tristes...Era inevitável que um dia eu sentisse falta e quisesse voltar a conviver com todo esse aparato burguês e que sempre foi alvo de críticas desse eterno rebelde...E, confesso, é um prazer enorme se ver pertencendo a algo que vai sobreviver a nós... Meu deus, é uma contradição que não consegui resolver ainda, e talvez nem resolva...É o velho desejo de imortalidade borbulhando e mostrando a contradição que é ser humano...Hoje, família enormes como a minha costumam ser notícias nos jornais, de tão raras...Aquelas, ainda, que mantém a regularidade no convívio no decorrer dos anos são mais raras ainda, dignas de estudos sociológicos e defesas de teses...Mas, apesar de todas as família terem seus problemas (nas grandes, os problemas são maiores) eu ainda não conheci lugar melhor para criar um filho, senão dentro de uma grande família como a minha...Os vínculos, impressões e sentimentos dessa época ficam para sempre, mesmo para quem um dia vai sair pelo mundo sozinho...O fim das grandes famílias, no mundo ocidental, pode ser previsto e deve ocorrer nas próximas gerações, pois ele é um dos frutos da era tecnológica e consumista em que vivemos...Pessoas ocupadas em ganhar e comprar compulsivamente não pensam ou querem grandes famílias...Pessoas em busca desenfreada por sucesso profissional e status não tem tempo ou disposição para grandes famílias...E o nosso mundo de hoje é isso aí...Uma pena, essas pessoas não sabem o que perderam...abraços

4 comentários:

Alininha disse...

É meu amigo, hoje a família é uma das maiores instituições falidas, os vínculos já não são fortalecidos como antes, não se há interesse em manter os laços, e isso é um efeito do nosso capitalismo, como você muito bem coloca, da individualidade do ser é prioritária nos dias de hoje, bem como esta busca implacável por um lugar maior em nossa sociedade... Fico pensando nas próximas gerações, tanto no modelo burguês, quanto no modelo econômico mais vulnerável, haverá tempo para se pensar no conceito família?

César de Lima disse...

fica a preocupação...pobres dos nosso filhos que terão que enfrentar esse mundão cruel que esta por aí...bjs

sani mara disse...

Olá Cesar...Fico pensando se não entramos numa arapuca e estamos dizendo amém para o grande projeto do capitalismo que é priorizar a produção e o consumo...Afinal uma pessoa sem vinculos familiares muito importante produzem mais, afinal não faltarão ao trabalho para cuidar de filhos doentes ou ir ao imperdivel casamento do primo-irmão, enfim todas aqueles deliciosos compromissos familiares e aos quais em várias ocasiões eu renunciei em nome do "trabalho"Melhor pensar mais afetivamente nesses laços tão preciosos...Beijos...Parabéns pelo texto...

César de Lima disse...

Sani Mara, desculpe a ausência...muito pertinente seu comentário...eu tenho certeza de que JÁ entramos na arapuca há muito tempo...produzir para consumir foi a grande invenção do capitalismo...só esqueceram das pessoas e do planeta em que vivemos...bjs